Mais um ano letivo se foi, e posso dizer que este, de 2011, foi um dos meus melhores.
Dezembro, 30.
Espero que venham outros, mas, vida de professor é assim: uma aula de cada vez. Numa aula tudo pode ir muito bem, já noutra não há tanta certeza. Isso porque lidamos com gente, e gente não é previsível, e talvez por isso seja tão legal e desafiador ao mesmo tempo.
Espero que venham outros, mas, vida de professor é assim: uma aula de cada vez. Numa aula tudo pode ir muito bem, já noutra não há tanta certeza. Isso porque lidamos com gente, e gente não é previsível, e talvez por isso seja tão legal e desafiador ao mesmo tempo.
Essa crônica deveria comentar da agressão que sofri há 15 dias, mas resolvi refletir, afinal não resolvi em nada a vida daquela criança, aliás, hoje teria feito tudo bem diferente. Mas uma coisa isso deixou claro pra mim: é preciso repensar a escola sim, isso digo como mãe, filha e professora. Pais, alunos e professores precisam estar juntos nessa, sentar juntos, dialogar. Essa idéia não é novidade, e há ótimas experiências sendo construídas mundo à fora, cada lugar precisa encontrar seu jeito. A família privada não é única possibilidade história, e começo a ver seu fracasso junto com o capitalismo.
2011 deixou claro que não há sociedade definitiva e que esta não é a única forma de nos relacionarmos. Vem muita coisa ainda pela frente, a primavera árabe só começou, os movimentos de ocupação, principalmente nos Estados Unidos, demonstraram que o American Dream é a furada do século e que a bucólica Europa está tomando do próprio veneno. Momentos de transição estão aí diante de nossos narizes. Que o capitalismo se vai mais cedo ou mais tarde não tenho dúvida, o problema é saber quem ou o quê estará a frente de uma nova possibilidade. Estamos num momento histórico importante.
Pra mim 2012 aponta muitos DESAFIOS: pretendo desafiar os longos dias que passarei no trabalho árduo com as crianças e adolescentes. Desafiar as reflexões reacionárias do fundamentalismo na política brasileira. Desafiar as análises sobre o capitalismo global, e desafiar-me a lutar contra ele. Desafiar as relações pessoais, afetivas e as limitações. Desafiar a preguiça, o comodismo e o sono. Desafiar os sonhos! Ah, e por mais difícil que possa ser vou tentar sorrir mais, isso ajuda muito, mas dispenso os stand up’s, prefiro rir das gracinhas do meu filho e das piadas dos meus alunos.