Happy hour de professoras acaba nisso...




Depois do happy hour com minhas amigas e também colegas de profissão para comemorar o inicio de mais um ano letivo, fui para casa pensando nas inferências feitas por elas sobre minha visão de educadora. Das palavras profissionais e missionários, me surgiram várias ideias, mas resolvi simplesmente brincar e pensei na seguinte analogia: imagine deparar-se num happy hour com um operário ludita, um operário cartista e um operário soviete? Peraí, e se os três, ao invés de operários fossem professores, como seria esta conversa?

 Guardadas as devidas proporções e claro com alguns exageros que a crônica merece, segue abaixo uma suposição para essa conversa:
O professor ludita defenderia que os verdadeiros culpados pelo fracasso da escola são os alunos desinteressados. E proporia o fim do alunado. "Vamos acabar com o mal pela raíz!" - diria enraivecido. (Tal como os operários luditas que destruíram as máquinas no século XIX, por considerarem que elas os substituíriam). Já o professor cartista iria propor reivindicações ao governo, para ele o real responsável pelos problemas na educação, inclusive, solicitaria que os professores fizessem parte de um percentual do senado federal. (Tal como os cartista do século XIX, que viram na ação politica, a possibilidade de mudanças na precária vida operária). E o professor soviete, afirmaria que só com a formação de um conselho nacional de educação, constituído apenas por professores, alunos e pais é que seria possível revolucionar a educação brasileira. (os sovietes foram os conselhos formados por camponeses, operários e soldados russos no processo revolucionário 1905/1917).

 Imaginemos que a conversa seguiria noite a dentro, com defesas, réplicas, tréplicas a exaustão, até que o dono do bar solicitasse que os três senhores pudessem sair, pois ele gostaria de fechar. Neste momento, os três professores se uniriam contra o dono do bar, vendo nele um inimigo comum, desagregador, que não os deixa defender suas propostas, que quer vê-los pelas costas, alguém contrário às mudanças. Para você leitor fica a pergunta: numa analogia quem poderia ser o dono do bar?

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