Tentativa e erro: o machismo e as escolas

Compartilho uma atividade que realizei este ano com meus alunos de 7º ao 9º ano sobre o Dia Internacional da Mulher.

O objetivo da atividade era discutir o machismo e as várias formas de violência contra a mulher, fazendo-os refletir sobre as mulheres com quem convivem no dia-a-dia, no caso dos meninos, e sobre si mesmas, no caso das meninas.

Primeiro momento:

  • Roda de conversa sobre a história do Dia Internacional da Mulher.
  • Levantamento sobre as conquistas ao longo das décadas, etc.
Segundo Momento:
  • Escrevi na lousa, a palavra mulher e pedi que todos fizessem o mesmo em seus cadernos. Ao redor da palavra mulher, deveriam escrever o nome de pelo menos 3 mulheres que conheciam, respeitavam e se orgulhavam.
  • Solicitei que escrevessem também 3 qualidades destas mulheres.
Terceiro Momento:
  • Solicitei que apenas os meninos escrevessem os nomes escolhidos na lousa, com a devida qualidade. Aos poucos a lousa foi ficando cheia de nomes de mulheres reais, e suas qualidades. A maioria colocou o nome das mães.
Quarto Momento:
  • Iniciei com eles uma roda de conversa sobre o machismo no dia-a-dia. Levantei alguns números sobre a violência contra a mulher, e fui falando em voz alta o nome de cada mulher ali presente. Tentando fazê-los refletir sobre a vida delas.
  • Abri o debate e os meninos foram dizendo o que pensavam. Muitos posicionamentos machistas, outros menos, mas o assunto parecia uma novidade para eles.
Quinto momento:
  • Solicitei que as meninas refletissem sobre o que os meninos diziam, e que escrevessem na lousa, as qualidades que achavam que faltava, e os nomes das mulheres que escolheram, e contassem sobre o machismo na escola ou em casa.
  • Alguns depoimentos surpreenderam, a reprodução do machismo começa muito cedo, e muitas nem tinham se dado conta de que sofriam com isso.
  • Refletimos que nós mulheres também somos machistas, e que reproduzimos isso inclusive na sala de aula. Mas que podemos aprender a ser diferentes.
  • Levantamos algumas ações para repensar essa situação na escola em particular e no cotidiano de forma geral.


Algumas palavras chamaram a atenção, enquanto uns consideram as mulheres parceiras, outros apenas prestativas.

Guerreiras e trabalhadoras foram palavras muito usadas pelos meninos, que pensaram em suas mães.

As mães foram as principais homenageadas, mas também refletimos que  elas também têm posturas machistas com suas filhas em casa.