Eu sou agredida, tu és agredido, nós somos agredidos por esse sistema educacional!

Ao assistir a reportagem do SPTV, "Professor humilha aluno em sala de aula", logo após os professores da Rede Estadual de São Paulo terem ficado 90 dias em greve, numa greve histórica, entro num estado de indignação completa com esse governo e com a mídia golpista, que faz de tudo pra colocar a opinião pública contra nós, principalmente a Veja em seu artigo contra a greve.

Resultado de imagem para VIOLENCIA NAS ESCOLASJá publiquei aqui vários posts sobre a relação professor / aluno, e continuo defendendo que os estudantes não são inimigos, mas sim, os principais parceiros. Mas como construir uma relação melhor na rotina (que destrói relações) de sala de aula, num sistema educacional falido? Um sistema de ensino que não favorece professores e muito menos estudantes?

Sim, já discuti com alunos, e de forma bem pesada, pois quando sou agredida (em geral, verbalmente), perco a paciência (quem nunca?), afinal não somos sacos de pancada, e temos que ampliar esse debate sobre o estresse no cotidiano escolar, que acomete estudantes e professores, com a precarização do trabalho e o processo de escolarização social. O dia a dia em nossas escolas públicas não tem sido nada fácil, a sociedade está dentro da escola com todos os problemas e nenhuma solução, não há milagres, apenas projetos e vontade de fazer a diferença.

As estatísticas do número de professores que têm desistido do magistério ano após ano, mostram um cenário desanimador. Em poucos anos, o sistema educacional do estado mais rico do país (20 anos nas mãos dos tucanos) poderá entrar em colapso. Enquanto isso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, ignorou as reivindicações dos professores, numa greve histórica, em que, os professores, foram chamados de derrotados por jornais como a Folha de São Paulo.

Estudantes e pais têm que ser nossos maiores aliados nessa "guerra". Estamos juntos na ponta do iceberg, e em geral, levamos as pancadas que o governo merecia. Perdemos a paciência sim, porque muitas vezes (muitas mesmo!!) somos agredidos de forma gratuita, por questões que jamais conseguiremos resolver diante dessa precarização e barbárie social, problemas que vão além dos muros da escola. NÃO somos sacerdotes, mas sim, seres humanos, trabalhadores, tanto quanto cada pai e mãe de noss@s menin@s.

Espero ver o dia, em que professores e estudantes possam pensar as aulas juntos, que tenhamos, de fato, um ambiente de aprendizagem dentro de nossa escolas.


Professora Janaína Monteiro (@profjanainamont)